O case de agilidade DB — em uma indústria farmacêutica e o desenvolvimento organizacional como valor

DB Server
5 min readDec 21, 2022

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A definição do perímetro de atuação de agentes de mudança organizacional passa por etapas que devam construir pontes ausentes entre o cenário atual e o desejado. Utilizando todo um repertório de métodos, práticas, técnicas e ferramentas, as ações que tratam das complexidades entre os diversos níveis de atuação dentro de uma organização devem habilitar o aprendizado contínuo balizado por ciclos rápidos. E é exatamente a partir da compreensão da complexidade dos ambientes organizacionais que se dá a atuação no cliente — que segundo dados da IQVIA figura entre as 5 maiores farmacêuticas do mundo. E este contexto de atuação tem um potencial de complexidade sendo desafiado a todo o momento quando uma empresa de tamanho porte se propõe as mudanças demandadas pelos tempos atuais onde crescimento exponencial e respostas rápidas são os principais requisitos habilitadores de capacidades organizacionais. Em linhas gerais, pode-se dizer com segurança que atuar como Agilista em uma indústria farmacêutica do porte internacional nos cobra maturidade e inovação para atingir cada unidade de negócio de maneira coesa e efetiva. Cada segmento da empresa demonstra sua peculiaridade e isso exige versatilidade e atitude de liderança na condução das ações.

Os desafios são intensos e estimulantes ao mesmo tempo. Quer saber mais sobre o dia-a-dia na prática? Aqui vão alguns exemplos: uma das iniciativas de destaque foi a criação de uma rede social com os médicos no centro, sendo segura e exclusiva para que eles pudessem participar de fóruns de discussão e interagir com outros médicos de perfis influenciadores, acadêmicos e líderes de opinião de considerável relevância na área. Para que esse projeto desse certo, foi realizada uma pesquisa com mais de 300 médicos para entender as necessidades reais desse público e capturar insights valiosos. Durante todo o processo de concepção do projeto o time designado entendeu que deveria trabalhar de forma colaborativa utilizando método, prática e ferramental apoiados em um modo de gestão mais ágil. Do início ao fim do projeto, aprendizado contínuo em ciclos iterativos e incrementais foram habilitados pelo uso do framework Scrum que ofereceu segurança e um novo modelo de trabalho ao time. O resultado veio e hoje o principal objetivo desta iniciativa foi atingido, conseguindo engajar a comunidade médica a utilizar um modelo de troca de informações e conhecimento mais moderno e digital.

Na unidade de Vacinas por exemplo, no contexto de um cenário privado e público, criar uma governança sólida onde o time semanalmente tem a visão do foco do trabalho de cada integrante trouxe segurança e velocidade no processo das entregas. Por mais que certos momentos essas entregas dependam das agendas de órgãos públicos, está sendo possível planejar e trabalhar em ações paralelas que não afetem os objetivos e as expectativas pelos resultados de negócio. Além disso, existe uma construção diária de relacionamento individual e em grupo, onde a cultura da colaboração é desenvolvida nas relações entre toda a cadeia de interessados para que o fluxo de valor tenha o melhor destino — resultado e valor como principal insumo para habilitar a confiança organizacional nas práticas propostas para cada unidade de negócio e para a empresa como um todo, a famosa relação win-win.

Em frentes de tech, destaca-se a nova estrutura de governança de dados em uma estratégia que não terceiriza o desenvolvimento de capacidades organizacionais, mas sim entende a importância do aprendizado de lideranças na condução no nível estratégico com conexão direta entre a coordenação tática e as operações. Na prática, toda uma agenda é proposta, desde a definição targets apontados pelos OKRs da área que contempla as estratégias de negócios, suporte e aceleração até mesmo a técnicas avançadas de otimização para automação de processos que tragam ritmo e cadência a verdadeiras células desenvolvedoras nas frentes de engenharia e ciência de dados. Esta é a base que dá solidez à mudança rumo a uma cultura data driven, com possibilidades de acesso direto aos dados num verdadeiro data-self-market atendendo a toda a empresa.

Por fim, esta jornada não é possível sem alinhamento constante e sinergia no núcleo de agilidade. Comunicação sem burocracia, rapidez de acesso, coragem e abertura entre as pessoas que estão diante deste desafio tão estimulante e tão complexo são essenciais para que o desenvolvimento organizacional aconteça acompanhado do desenvolvimento de cada pessoa envolvida neste processo. A agilidade entendida e praticada como método, resultado e consequência natural da autogestão e da união.

Sobre as autoras:

Samira Wanderley:

Agilista há 4 anos, ama trabalhar com agilidade e seu maior foco são as pessoas. Líder de equipes, sabendo lidar com as pessoas é o verdadeiro diferencial de sucesso na sua carreira. Atuar em um cargo de liderança significa estar apto a entender o contexto onde está inserido, acreditar no processo e se munir de ferramentas ágeis para dar suporte a esse movimento.

Vanessa Labuto:

Vanessa é consultora organizacional e agilista e foca toda a sua atuação suportada pela abordagem de pensamento sistêmico e complexidade aplicados para mapeamento, modelagem e identificação de pontos de alavancagem para promoção de mudanças organizacionais. Acredita que a agilidade é um meio e também uma espécie de síntese de disciplinas que vem fazer o convite às mudanças nos modelos de gestão que possam estar coerentes com um contexto e demandas mais atuais. Aposta no alinhamento entre níveis para que a agilidade organizacional alcance escalabilidade para inclusive contribuir na condução da transição para um futuro mais pautado na autogestão, com respostas mais rápidas, aprendizado contínuo e orientado a valor.

Alexsandra Fonseca :

Alexsandra é Agile Coach e atua há 05 anos com métodos ágeis. Acredita que a agilidade é sobre pessoas e como elas podem colaborar entre si para alcançar melhores resultados estando sempre munidas de ferramentas e práticas que possam apoiá-las na construção de produtos, no aperfeiçoamento de processos e na transformação dos negócios.

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